FAMÍLIA LIMA VOLTA COM ÁLBUM INÉDITO
Batizado como "1,2,3,4,5", projeto apresenta composições em sintonia com o atual momento do mercado musical, em um híbrido do físico e virtual.
Com participações especiais de Felipe Andreoli (Angra) e Drumagick, músicos dão continuidade à liberdade artística conquistada em Carmina Burana.
Depois do lançamento de "Carmina Burana" (final de 2007), considerado o projeto mais ousado da carreira e muito bem recebido pela crítica especializada, os músicos da Família Lima dão continuidade à liberdade artística e voltam, três anos depois, com o inovador "1, 2, 3, 4, 5". Também com selo independente como no trabalho anterior, mas isento da pressão de ser um 'divisor de águas' do grupo, o álbum traz como conceito novas experiências, retratadas na união de música de alta qualidade com o uso de novas tecnologias como meio de propagação. Com lançamento marcado para 23 de novembro, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, "1, 2, 3, 4, 5" é um híbrido do virtual e o físico. Apresenta cinco faixas no CD e outras cinco a serem apresentadas ao longo de 2011 em hotsite disponibilizado no encarte do disco.
Lucas Lima, responsável, além de voz, viola, guitarra e programações, por toda concepção do disco, explica que este projeto é musicalmente menos anárquico que o anterior e conta com uma produção madura, de melhor qualidade. "Ele vem de uma inovação, uma ousadia que funcionou. É uma continuação do Carmina, tem suas loucuras, mas em um universo mais contido", declara. Quanto ao formato, o músico ressalta: "Não é um EP, é um disco curto. EP's são, geralmente, compostos por músicas que não entraram no disco ou vistos como um projeto especial e não o principal. Este é o nosso novo álbum", afirma.
Mixado e masterizado em Londres por Jason Tarver e Andy "Hippy" Baldwin, respectivamente, o projeto de Amon Lima (violino), Moisés Lima (baixo), Lucas Lima (voz, viola, guitarra e programações), Allen Lima (piano e teclados) e José Carlos Lima (violino), conta com participações especiais do duo Drumagick e Felipe Andreoli, da banda Angra. Todas as composições inéditas, "A Resposta", "Pé Atrás" e "Em Paz" são assinadas por Lucas Lima. Já "Sonata para violino solo nº 1 de Bach" e "Dança do Sabre", foram cuidadosamente arranjadas para um contexto mais atual.
Na abertura do CD, "Sonata para violino solo nº 1 de Bach", que originalmente é somente melódica, teve a parte harmônica criada pela banda. Lucas Lima trabalhou a ideia de Amon, que optou por um arranjo com influências do rock progressivo. Também partiu do violinista-solo da Família Lima o convite ao amigo e baixista Felipe Andreoli, da banda Angra, para participação especial nesta faixa. Os músicos já haviam dividido palco anteriormente no Bittencourt Project e, após a gravação, repetiram a experiência. Em outubro, Amon participou da turnê do Angra no Japão.
"A Resposta", primeiro single do álbum, é uma canção romântica, mas que fala de amor de uma maneira mais madura e menos óbvia. Com arranjos de Lucas Lima, a faixa destaca o riff de violino de cinco cordas que permeia toda a música, diferencial relevante, já que na música pop, geralmente, riffs são quase que exclusividade das guitarras, baixos ou pianos. E é esse tratamento diferenciado para com o violino que é também ressaltado no videoclipe da música. Com direção de Junior Lima e Douglas Aguillar e produção da Kardman Audiovisual, a gravação com câmeras Red, utilizadas em filmes como 'O Livro de Eli', e Phanton, super slow utilizadas na cobertura da Copa do Mundo 2010, foi realizada em um heliponto de São Paulo. No clipe, Lucas Lima quebra um violino contra o chão, ato que o cantor enxerga sob dois pontos de vista: "Em primeiro lugar é uma fantasia de quase todo violinista, que passa a vida vendo guitarristas quebrando seus instrumentos no palco. Todo mundo já pensou nisso um dia, mas nunca teve coragem, até porque, normalmente, o violinista tem apenas um instrumento, sendo este insubstituível.
Mas rola também o lado conceitual, que é o fato de que a gente sempre tentou trazer, não só o violino, mas a música erudita de uma maneira diferente, quebrando esses conceitos de que a música clássica deve estar em um pedestal e que não podemos 'pegar na mão', mexer, botar a nossa cara nela", explica Lucas Lima, que mescla o tom de brincadeira com o simbolismo embutido no conceito de quebrar paradigmas com relação ao modo e tocar e ouvir um violino.
De encontro com um dos pilares do disco, de ser totalmente 'conectado' aos novos meios, a faixa "Pé Atrás" é praticamente colaborativa. Enquanto escrevia a letra, Lucas teve um 'bloqueio' de inspiração e, ao fazer um post em seu blog, recebeu mais de 80 comentários de fãs, que o inspiraram a continuação da música que tem como refrão "quem vive com um pé atrás nunca dá um pra frente".
Já "Em Paz", que fala de amor e de como este "marca o fim da batalha", representa o momento mais tranquilo do disco. Com influência clara do Britpop e um marcante riff de piano, os violinos são praticamente irreconhecíveis, não sendo utilizados em sua sonoridade tradicional, influência clara do projeto paralelo de música eletrônica de Amon Lima, os 'Dexterz'.
A última faixa do disco físico, a conhecida "Dança do Sabre", retrata diversão na música erudita, trazendo-a para um contexto mais atual, e conta com a participação do aclamado duo Drumagick, que produziu o trecho de Drum'n'Bass que aparece durante a música. Tal diversão já é garantida no set list dos próximos shows da Família Lima.
E para quem imagina que a parte high tech do disco resume-se apenas ao formato de disponibilização das faixas e ao contato dos músicos de forma 'direta' com os fãs, comete um tremendo engano. Para se ter uma ideia do quão tecnológicos os Limas são, praticamente todo making of do projeto está sendo filmado e editado pelo iPhone. Todo este conteúdo também será disponibilizado no site exclusivo do projeto, que também terá o encarte do disco disponível para download gratuito.